O BISCOITÃO
(texto: Elvira Moraes Lustosa)
Paulinho foi tomar seu café da manhã.
- Hum............, que biscoitão gostosoooooooo a mamãe me deu!
Quando acabou de tomar seu café, Paulinho correu à cozinha e falou:
__ Mamãe, muito obrigado pelo biscoitão gostoso.
__ Ah! Filho, não agradeça a mim, agradeça ao padeiro que o fez.
Paulinho correu até a padaria e falou:
__ Sr. Joaquim, hoje de manhã mamãe me deu um biscoitão gostoso.
Eu agradeci a ela, mas ela me disse:
__ Não agradeça a mim. Agradeça ao padeiro.
Então, Sr. Padeiro, muito obrigado pelo biscoitão gostoso.
O padeiro falou:
__ Não agradeça a mim. Agradeça ao fazendeiro que me vendeu a farinha com que fiz o biscoito.
Paulinho, mas que depressa, correu até a fazenda que era pertinho de sua cidade e falou:
__ Sr. Manuel, hoje de manhã mamãe me deu um biscoitão gostoso.
Eu agradeci a ela, mas ela disse:
__ Não agradeça a mim. Agradeça ao padeiro.
Eu agradeci ao padeiro, mas ele me disse:
__ Não agradeça a mim. Agradeça ao fazendeiro.
Então Sr. Fazendeiro, muito obrigado pelo biscoitão gostoso.
__ Ora, ora, não agradeça a mim. Eu só preparei a farinha.
Agradeça ao trigal que me deu o trigo.
Paulinho foi até o trigal, amarelinho, amarelinho de espigas de trigo e gritou:
__ Trigo, hoje de manhã mamãe me deu um biscoitão gostoso.
Eu agradeci a ela, mas ela me disse:
__ Não agradeça a mim, agradeça ao padeiro.
Eu agradeci ao padeiro, mas ele me disse:
__ Não agradeça a mim, agradeça ao fazendeiro.
Eu agradeci ao fazendeiro, mas ele me disse:
__ Não agradeça a mim, agradeça ao trigo.
Então, trigo, muito obrigado pelo biscoitão gostoso.
__ Há, há, há. Não agradeça a mim, agradeça à chuva que molhou a terra
e me ajudou a crescer e produzir muito.
Paulinho correu à sua casa, pegou o guarda-chuva
e saiu procurando a chuva.
Encontrou-a e gritou:
__ Dona chuva, hoje de manhã mamãe me deu um biscoitão gostoso.
Eu agradeci, mas ela me disse:
__ Não agradeça a mim, agradeça ao padeiro.
Eu agradeci ao padeiro, mas ele me disse:
__ Não agradeça a mim, agradeça ao fazendeiro.
Eu agradeci ao fazendeiro, mas ele me disse:
__ Não agradeça a mim, agradeça ao trigo.
Eu agradeci ao trigo, mas ele me disse:
__ Não agradeça a mim, agradeça à chuva.
Então, Dona chuva, muito obrigado pelo biscoitão gostoso.
__ Ô, ô, ô. Eu só ajudei um pouco.
Não agradeça a mim, agradeça ao sol que deu força
à terra para o trigo crescer e produzir.
Paulinho esperou a chuva passar, fechou o guarda-chuva e olhou para o céu.
O sol amarelo brilhava e brilhava.
__ Ó sol, hoje de manhã mamãe me deu um biscoitão gostoso.
Eu agradeci a ela, mas ela me disse:
__ Não agradeça a mim, agradeça ao padeiro.
Eu agradeci ao padeiro, mas ele me disse:
Não agradeça a mim, agradeça ao fazendeiro.
Eu agradeci ao fazendeiro, mas ele me disse:
__ Não agradeça a mim, agradeça ao trigo.
Eu agradeci ao trigo, mas ele me disse:
__ Não agradeça a mim, agradeça à chuva.
Eu agradeci à chuva, mas ela me disse:
__ Não agradeça a mim, agradeça ao sol.
Então, lindo sol, muito obrigado pelo biscoitão gostoso.
O sol deu uma risada e falou grosso:
__ É Paulinho, eu ajudei um pouco.
Mas quem me faz brilhar no céu e aquecer a terra?
Quem manda a chuva cair para molhar as plantas?
Quem fez o trigo e o fez crescer no campo?
Quem fez o fazendeiro e lhe deu força para plantar o trigo,
colhê-lo, moer seus grãos e preparar a farinha?
Quem dá sabedoria ao padeiro para fazer biscoitos gostosos?
Quem lhe deu um papai que trabalha e dá dinheiro para comprar o biscoito?
Quem lhe deu uma mamãe amorosa e cuidadosa
que procura lhe dar coisas boas?
Quem? Quem?
Quem foi mesmo que lhe deu o biscoitão gostoso?
Paulinho nada respondeu, apenas correu para casa, ajoelhou-se junto de sua cama e orou:
- Deus, muito, muito obrigadooooooooo pelo biscoitão gostoso!
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